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quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Dilema #3: Da importância do equilíbrio entre teoria e prática

Caso encontre algum termo desconhecido, recomendo a utilização do meu Glossário BDSM, que está dividido em 2 partes (vide links a seguir): Parte 1 e Parte 2.

Este não é exatamente um dilema, mas um pensamento... Mas como na hora de inverter os pepeis (verão abaixo do que se trata) estive num dilema entre agir de uma maneira ou calar-me.
Este texto foi originalmente postado no mural de artigos do Castelo BDSM. Recomendo a quem quiser ler textos muito melhores que este, escritos por várias pessoas maravilhosas com conhecimento do que dizem, recomendo a todos que entrem lá e divirtam-se!



O que:

Um dia desses estava conversando com uma bottom que se intitulava iniciante e essa conversa acabou me remetendo a uma conversa semelhante que tive no meu terceiro ou quarto mês no meio – que hoje parece que faz muito tempo, mas foi há pouquíssimos meses.
Essas duas conversas tratavam do mesmo assunto, mas com posições trocadas de um personagem: eu.

Na época eu estava recém chegado, já tinha tido umas duas sessões meia-boca e, consequentemente, tinha passado um pouco do frenesi inicial do “preciso de uma sub pra treinar” e estava consideravelmente compenetrado na missão de pura e simplesmente devorar toda e qualquer informação sobre técnicas e práticas em que pudesse pôr minhas mãos – ou dedos, olhos, mouse, ou até mesmo que só escutasse como fazer – e aprender como proceder em cada uma. Até que em uma festa, uma amiga minha me apresenta uma amiga dela.

Dias depois, no Facebook, recebo uma mensagem dizendo que a tal amiga queria uma sessão. Na hora veio aquele mix de sensações: a euforia do “finalmente vou ter uma sessão de verdade!”, o medo e insegurança do “será que eu sei o que fazer?”, a agitação do “quando é? Pode ser amanhã?”... E, nessa hora, a insegurança falou mais alto “Será que eu estou pronto?”, perguntei. “Gabriel, se você só ficar lendo e não for segurar um chicote, sua insegurança só vai aumentar e vai ser cada vez mais difícil. Pára de ler um pouco e vai praticar.” E assim foi feito.

Passam-se meses e eis que caio na mesma conversa com uma bottom que se denomina iniciante. Eis que descubro que ela já tem dois anos no meio, inclusive com um mentor e estava me pedindo explicações e ajuda. Eu, do alto dos meus 11 meses, fazendo meu melhor. E então entendi o motivo: ela não tem prática nenhuma. Nil, zero, niente, null. E me vi no papel da minha amiga meses atrás: “Pára de estudar um pouquinho e vai praticar!”

O porquê:

Naquela época eu não entendi bem o motivo de ter tomado um esporro de maneira tão efusiva como foi. Estava tão vidrado em atingir a perfeição teórica que não percebi o quão importante a prática era. E só depois de praticar consegui compreender.

A comparação aqui é bem simples. Todos se lembram da época da escola, em qualquer matéria que exigisse prática como português, matemática, física, química, biologia - até mesmo geografia! – SEMPRE ficava um pouco menos confusa depois de posta em prática, certo? Ou alguém se lembra de ter compreendido de primeira, só por ter lido ou ouvido, uma explicação teórica sobre como montar e solucionar uma equação de Bháskara ou definir os termos de uma Oração Subordinada, ou ainda fazer um simples heredograma ou solucionar uma fórmula qualquer de física acústica?

Não, né? Só depois de repetir exaustivamente infinitos exercícios é que a compreensão destas coisas foi ficando mais clara, e às vezes só meses depois é que aquilo começou a fazer sentido. Por esse motivo é que foi tão fácil compreender depois da tal sessão a razão da necessidade da prática.

Poucas pessoas são tão chatas quanto eu – e menos ainda são ainda mais insistentes na questão – quando se trata de estimular o estudo e a paciência na evolução teórica das bases, das regras, do controle e, principalmente, das práticas no BDSM, mas hoje, depois de praticar o aconselhamento (assim como minha amiga fez comigo), finalmente entendi a necessidade de expor este pensamento.

Ao praticar spanking, por exemplo, tem-se a oportunidade de visualizar frente a frente – ou frente a costas, na maioria das vezes (risos) – aquele modelo bonitinho que foi mapeado por alguém em um texto teórico mostrando quais áreas podem ou não ser atingidas. Ao amarrar alguém, finalmente tem-se a compreensão de como a física age nas cordas, de como a força de atrito trava uma amarração inteira com apenas uma volta da corda sem nem ao menos precisar usar um nó forte ou um laço. Na Dominação passa-se a compreender melhor as entonações de voz, o brilho no olhar, percebe-se aquele pequeno tremor no corpo do outro que pode significar uma punição a seguir ou um conflito interno pela vontade de negar e a necessidade de acatar uma ordem. Por mais que alguém possa descrever com maestria esses efeitos (etólogos fazem isso magistralmente no campo da biologia e psicologia), só será capaz de percebê-los e compreendê-los quem já os presenciou ao vivo, de perto.

A Prática torna a Teoria algo mais simples, mais compreensível. Faz aqueles textos imensos fazerem sentido em um décimo de segundo. A Prática produz a epifania da Teoria e vice-versa.

Teoria e Prática (com maiúscula mesmo, pra importância ficar bem clara!) são duas faces da mesma moeda. São os dois lados do Yin-Yang. Só com a união dos dois é possível equilibrar a balança que nos faz melhores em qualquer coisa na vida e que, a looooooooooooooooooongo prazo nos levarão a algum lugar perto da perfeição.

Então, a todos aqueles que lerem isto, TOPS, bottoms e Switchers, iniciantes, iniciados, macacos-velhos e dinossauros do BDSM: estudem. Estudem muito. Estudem como se suas vidas dependessem disso, porque muitas vezes ela poderá, de fato, depender. Leiam tudo o que puderem ler, escutem tudo o que puderem escutar. Absorvam a informação e então selecionem as informações corretas das incorretas. Separem o joio do trigo. “Como posso fazer isso?” você me pergunta. Ora, bolas, jovem gafanhoto! É simples... Pratique!

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Impact play 103 - Flogging Básico

Caso encontre algum termo desconhecido, recomendo a utilização do meu Glossário BDSM, que está dividido em 2 partes (vide links a seguir): Parte 1 e Parte 2.

Como visto no post Impact play 101, Flogging (flóguin) é uma das práticas de impacto mais comuns do SM.


O QUE É FLOGGING?

Flogging consiste em utilizar-se de instrumentos de comprimento variável, feitos de uma parte fixa e outra móvel, podendo ser ambas flexíveis ou apenas a parte móvel, como é mais comum. Esta última geralmente é feita de várias tiras de diversos materiais. Em outras palavras: floggers são chicotes com mais de uma tira.
A nomenclatura correta no Brasil para os instrumentos básicos do flogging são os rebengues (2 ou 3 tiras fixadas em um cabo articulado - geralmente de argolas) e os açoites (2 ou mais tiras - até 40 é bem comum - fixadas em um cabo rígido)

Rebengue: Foto retirada da internet. Açoites: Instrumentos de uso pessoal, feitos por mim.




UM POUCO DE HISTÓRIA

Reprodução do que seria um Flagrum romano.
Feito por Joel Donahoe @ Nature's Designs
Flogger é o termo anglo-saxão para o instrumento traduzido do latim como "Flagellum" e que era chamado pelos romanos à época do início do cristianismo como "flagrum". Era um instrumento de tortura e castigo amplamente usado e cuja crueldade era tremenda, em especial o modelo romano que incluia pregos, vidro e lascas de ossos nas pontas de chumbo.

Meninos espartanos eram flagelados como teste de masculinidade.

Judeus usavam como punição em casos que fugiam à pena capital e restringiam seu uso a no máximo 40 golpes. Devido à uma regra específica de que a punição deveria ser sempre infligida em uma sequencia de 3 golpes, o máximo prático eram 39.
Após o advento do cristianismo, seguidores praticavam a "mortificação da carne" como forma de expiação dos pecados.

Na Inglaterra uma sequencia de leis foram criadas e alteradas ao longo dos séculos para punição de vadios, ladrões e criminosos em geral, tanto na rua, quanto em celas longe dos olhos da população.

O uso dos açoites foi bastante comum durante a Revolução Fracesa e durante todo o período do Império na Rússia.

Durante a época da escravidão, o uso dos açoites se tornou cada vez mais comum como forma de punição dos escravos que teimavam, desafiavam ordens ou que tentavam fugir. Os escravos eram presos a um pelourinho e punidos em frente à população que estivesse por perto e disposta a olhar.

Durante os séculos XVIII e XIX, os exércitos europeus costumavam aplicar punições com açoites como castigo para os soldados que, de alguma maneira, quebravam o código militar. O Congresso Americano ampliou a punição máxima de 39 para 100 açoitadas durante a Revolução.

A Real Marinha Britânica tomava esta prática como uma medida disciplinar comum, que acabou por se tornar associada à insensibilidade à dor de um marinheiro "machão". Costumavam inclusive aplicar a punição "ao redor da frota" onde um marinheiro a ser punido poderia ser castigado em um navio e ser levado em sequencia de um navio para o outro para ser punido em todos.

Hoje em dia países islâmicos cuja legislação segue a Sharia ainda aplicam punições com açoites.


PARTES DE UM FLOGGER


Flogger feito por mim.



Alça de punho: serve para ser passada em volta do punho, prevenindo que o flogger caia no chão ou seja projetado para longe caso escorregue da mão. Geralmente feita do mesmo material das tiras. Podem ser estilizadas ou não. Nâo devem ser utilizadas como ponto fixo para segurar e utilizar o flogger de maneira alguma.

Cabo: parte por onde o flogger deve ser segurado. Pode ser feito de diversos materiais como madeira, plástico, metal. Pode ser oco ou não. Pode ou não ser revestido por diversos materiais como fita isolante, fitas diversas, camurça, couro, couro trançado, linhas, cordas.

Neck e butt: extremidades do cabo. Mantêm fixas as tiras e a alça de punho e geralmente são enfeitados com nós intrincados, ou mesmo com simples pontas de borracha ou couro. Quando o enfeite no Butt é grande o suficiente, é chamado de Pomo.

Pomo: serve tanto para prevenir que o flogger escorregue quanto para segurar durante o uso de maneira mais avançada. Pode ser feito com uma tira de couro enrolada, fita isolante, nós intricados diversos feitos com corda ou couro.

Tiras: são a "parte de trabalho" do flogger. Podem ser feitas de diversos materiais (couro, camurça, plástico, borracha, tecidos em geral, cabos de aço, etc.) e estilos (lisas, com nós, trançadas, com spikes).

Pontas: Podem ser de vários estilos: arredondadas, retas, anguladas, em forquilha, com nós, com spikes, com aparatos de metal, contas de materiais e formatos diversos.


SENSAÇÕES

Sting vs. Thud (Ferroada vs. Pancada)

Os floggers ficam sempre em algum lucar no espectro entre "impactante" ou "pungente, ardido"

Os tipos de cabos ficam, geralmente a critério do artesão ou do gosto do cliente, mas o que define um flogger, são suas tiras e as sensações que provocarão.
Floggers mais ardidos costumam provocar duas sensações: 1 no momento do contato com a pele e outra poucos segundos depois. São sensações mais agudas, mais superficiais, mais como um tapa estalado.
Floggers mais impactantes costumam causar uma sensação mais profunda e pesada, menos "espetada" e, usando a mesma analogia anterior, mais como um soco leve.

Existe ainda uma sensação intermediária, chamada Thump (cuja melhor definição que eu vi foi dada pelo Marco Bauhaus Mishima, significando "tabefe").
O Thump não possui o mesmo impacto profundo do Thud, mas também não produz a sensação espetada do Sting. Mas isso já foi visto no Post anterior, né? Prossigamos.


ESCOLHENDO O FLOGGER

Ok, já sabemos o básico sobre o que e quais sensações um flogger pode provocar, mas como saber o que influencia em qual sensação?
Pra isso, temos que avaliar as tiras e as pontas dos floggers em alguns quesitos.

Largura: Quanto mais largas as tiras, menos o Sting e maior o Thud. Quanto mais finas, o oposto.

Comprimento: Quanto maior a tira, mais pesada e maior a velocidade que vai atingir. Mais peso resulta em um Thud maior. Maior rapidez resulta em um Sting maior. O que definirá nestas situações são os outros fatores associados.

Quantidade: Quanto mais tiras, maior o peso e, consequentemente, maior o Thud. Menos tiras, maior o sting.

Estilo: tiras em formato de fita costumam ser menos pungentes e provocam um Thud maior. Tranças ou tiras arredondadas cortam o ar com mais facilidade e atingem uma velocidade maior, com uma área de impacto reduzida e provocam um sting maior.

Pontas: pontas arredondadas ou retas produzem um sting menor. Pontas em diagonal espetam mais, e em forquilha, mais ainda. Pontas com nós podem variar dependendo do tamanho do nó. Quando grande, provoca um Thud bem dolorido no ponto onde atinge. Quando pequeno, a sensação de sting é maior. Existe uma miríade de materiais que podem ser acoplados às pontas para sensações variadas e seria muito extenuante escrever sobre as possibilidades.

Material: O material varia TANTO que eu ficaria aqui escrevendo até estar velho demais pra levantar um flogger sequer.
O mais comum é couro. Seja natural ou sintético, cru ou tratado, de uma infinidade de animais, texturas, durezas e origens diferentes. Pode ser também de borracha natural ou sintética, látex, silicone, plástico de diversas durezas e resistencias diferentes, metal (como cabos de aço e fios de cobre) rígidos ou flexíveis, encapados ou não, cordas, tecidos (eu mesmo já tive um trançado feito com tiras cortadas de uma calça jeans velha e era sensacional), correntes de vários tipos ou basicamente qualquer coisa que possa ser juntada e acoplada em um cabo com uma certa flexibilidade.



FLOGGERS E GATOS

Aqui no Brasil essa diferenciação não é tão discutida quanto lá fora.

Explicando: Um dos nomes para floggers lá fora é "Cat o'nine tails", ou seja, gato de 9 caudas.
Geralmente são considerados gatos os floggers trançados e com nós nas pontas (que mantém as tranças e aumentam a sensação provocada). No entanto, todos estes acabam caindo no conceito comum de flogger, sendo apenas uma variação que acaba tendo seu nome também. Então, muitas pessoas consideram que Floggers e Gatos são a mesma coisa.














SEGURANÇA

Antes de qualquer coisa, volta no link que está lá no início deste post e procure a imagem da parte "Onde Bater".
...
Foi lá? Então beleza!


Em primeiro lugar:

Segurança do bottom


Para assegurar que seu bottom estará seguro e não correrá riscos desnecessários com um simples flogging: Treine MUITO antes.

Quando achar que está pronto, treine mais.


Ah, mas onde eu pratico?


Travesseiros, almofadas, sacos de areia, seu irmão menor (brincadeira!), qualquer coisa inanimada e que não tenha importancia serve.

Experimente tudo que aprender aqui. Teste cada ideia mirabolante que vier na sua cabeça. SEMPRE num alvo inerte antes. SEMPRE


Garantiu a segurança do bottom treinando muito antes? Agora vamos pra parte dois:

Segurança do Top:

Alongue-se antes. MESMO.

Faça todos os movimentos com calma.

Lembre-se de manter a respiração tranquila, calma e ritmada.

Acostume-se a expirar o ar com mais força sempre que desejar aplicar um golpe mais forte.

Se sentir alguma dor enquanto treina ou durante a sessão, interrompa aquele movimento. Faça uma pausa. Existem diversas coisas que podem ser feitas com um bottom enquanto o Top descansa.

Não se iluda: floggers grandes são legais, mas um movimento errado e você pode ter um estiramento.
(Eu, por exemplo, tenho o ombro deslocado. Se não tomar cuidado com o que faço, a sessão pode acabar na primeira tentativa)


Beleza! Passamos pela segurança em geral?

Nope. Falta só a

HIGIENE

Essa parte eu vou, literalmente copiar e colar de um texto do meu querido Marco, pq foi o melhor resumo de limpeza e higiene de materiais usados em sessão.


"(O) mais importante cuidado é higienizar a ferramenta depois da prática - e secá-la cuidadosamente. Isso não é possível de ser feito da mesma forma com todas as ferramentas dados os materiais, então deve-se ater a alguns detalhes. (Obs.: Mesmo não havendo risco de contaminação, como por exemplo no caso de ser um único Bottom, ainda há o risco de a ferramenta fermentar microorganismos na sujeira, daí a higienização ser importante.)- Borracha, Nylon e sintéticos similares - Lavagem com água e sabão, imersão em álcool e secagem completa são suficientes se trata-se de prática sem escoriações ou arranhados.
Aplique talco no que for de borracha após a limpeza para reduzir a aderência.
- Silicone ou metal - Os mesmos cuidados com os materiais acima, podendo também ser fervido para uma assepsia melhor no caso de práticas extremas.
- Algodão, Juta e fibras naturais - O ideal é lavar com água e sabão e deixar secas completamente. Devem ser fervidos em caso de práticas extremas.
- Couro, madeira e vime - Materiais quase impossíveis de serem higienizados completamente sem sofrerem degradação, e são justamente os mais comuns mais por uma questão de tradição e simbolismo, do que por uma questão de praticidade.
Não devem ser usados em mais de um Bottom principalmente se ocorrerem cortes, escoriações ou arranhados na sessão.
A limpeza é feita com a escovação e aplicação de álcool isopropílico seguida da secagem (Obs.: pode vir a ressecar ou danificar o acabamento).
Outra prática comum é lavar rapidamente com água e sabão, golpear diversas vezes o ar para secar o instrumento e deixá-lo pendurado em um varal por duas semanas.
Existe também um método pelo qual se coloca o material em banho de tinta própria (do tipo que é usada fervendo em panela) o que ao mesmo tempo esteriliza e faz a manutenção do material.
Podem também ser aplicados após a higienização produtos específicos para madeira ou couro (lembrando que esses produtos devem ser não-tóxicos e se possível, também não-alergênicos).
De um modo geral, couro, madeira e vime são materiais ruins para adeptos de práticas extremas. São indicados somente para quem irá utilizá-los em sessões leves. (Sem visar nenhuma marca tirando a vermelhidão). Ou ainda em um único bottom, em caso de sessão extrema."


COMO USAR UM FLOGGER

Essa é a parte mais esperada do post, né? rsrs


1. Com qual flogger começar

Ao começar a usar floggers, você perceberá que floggers mais curtos são mais fáceis de controlar que floggers longos. E também perceberá que consegue manejar um flogger leve muito melhor que um pesado. Comece com um flogger leve e entre curto e médio.Conforme for ganhando confiança e habilidade, passe para floggers maiores e mais pesados.

Como regra geral, sempre inicie uma sessão de flogging com um flogger leve para esquentar (isso serve tanto para a sua musculatura quanto para a pele do bottom).


2. Como segurar o Flogger

Segure na região entre o meio do cabo e o pescoço. Quanto mais perto das tiras, maior segurança você terá com relação ao local onde as tiras atingirão.

Ao adquirir mais confiança e habilidade, você acabará por encontrar a sua pegada ideal. existem técnicas mais avançadas onde a pegada se dá no pomo do flogger para facilitar os giros, mas isso será explicado mais à frente e não aconselho ninguém a tentar isso antes de conseguir aplicar os golpes mais simples com perfeição.



3. Como movimentar e bater com o flogger

3.1 Medindo a distancia

Comece de perto. Movimente o flogger o suficiente pra que as tiras encostem no alvo. Perceba o movimento. do seu braço e como as tiras balançam. Perceba que, quanto mais rápido ou mais forte seu braço se movimentar, a posição das tiras varia e chegam mais longe, certo?
Afaste-se mais. O suficiente pra que, no máximo do seu alcance, as pontas não toquem um local indesejado.

Por que isso e por que eu insisti tanto no treino, vc deve estar se perguntando.

Quando for aplicar o flogging em alguém, seu objetivo será atingir uma área específica com toda a extensão das tiras (ou o máximo possível delas) adjacentes às pontas ou apenas com estas. Medir a distancia é importante para prevenir que, ao tentar atingir as nádegas, por exemplo, as tiras se enrolem no corpo do bottom e as pontas atinjam a lateral do corpo, provocando uma sensação não planejada, nem esperada e deveras dolorosa. Acredite, doi muito.
Se duvida, peça pra alguém fazer isso em você.

Sendo assim, esta movimentação de aproximação e afastamento será feita constantemente, visando a variação de locais onde o flogger deve acertar e principalmente a correção constante dos golpes.
Usar um flogger não é uma atividade estática!


Usar um flogger é basicamente como dar um tapa ou usar uma raquete de tênis (usarei fotos de tenistas em alguns exemplos para facilitar a explicação). O básico deste movimento já foi explicado no post "Impact play 103 - Spanking", mas será repetido aqui para reforçar.

Forehand: (1) Segure o flogger com firmeza, mas sem fazer força e deixe seu braço cair ao lado do corpo. A palma da mão ficará, naturalmente, voltada para a coxa. (2) Erga o braço num movimento circular para trás. Neste momento, a palma da sua mão virará para fora. Congele-a assim. Ela deve manter esta posição relativa ao antebraço até o flogger atingir o alvo, ou seja, ela seguirá apontando para fora, (3) num movimento circular descendente e (4) terminar voltada para a frente. Dependendo do angulo aplicado no golpe (de cima para baixo ou de baixo para cima) o movimento pode então se deslocar horizontalmente, no primeiro caso ou (5) verticalmente, no segundo caso.

Um ponto importante a focar aqui é como manter o equilíbrio e a estabilidade durante o movimento.
Durante o momento (1) Seus pés estarão paralelos, corpo relaxado. No momento (2), as pernas se separam e se flexionam, mantendo os pés aproximadamente na largura dos ombros. O peso se desloca para a perna de trás. Os quadris e os ombros giram para acompanhar o movimento do braço. No momento (3), o pé da frente se desloca ligeiramente mais à frente, deslocando o peso para esta perna e flexionando-a um pouco mais. Quadris e ombros giram de volta à posição inicial puxando o ombro para a frente e movimentando o braço até o momento anterior ao impacto. No momento (4), o movimento está terminando, o impacto ocorre e o tornozelo da perna de trás se ergue em um movimento giratório, forçando o pé a se erguer e ficar apoiado apenas nas articulações plantares dos dedos.
Momento (2) foto 2, momento (3) foto 3, momento (4) foto 4, momento (5) foto 5.


Backhand: O backhand, PARA MIM, tem mais força, e, reforço, NO MEU CASO, mais precisão. Isso pode ser pela mecanica do meu corpo, por alguma angulação óssea ou apenas por uma facilidade maior no movimento. NO ENTANTO, é um movimento que requer mais intuição, por apresentar uma maior dificuldade em enxergar o alvo até que o movimento tenha sido iniciado.

(1) O seu corpo deverá setar posicionado em um ângulo de aproximadamente 45° em relação ao alvo. (2) Em seguida, seu braço irá se deslocar cruzando a frente do seu corpo, posicionando sua mão próxima ao lado oposto do quadril, com a palma virada para dentro. Quadril e ombros giram para acomodar melhor a posição, deslocando o peso para a perna de trás. (3) Seu pé da frente agora se desloca  para a frente, quadril e ombros giram para o outro lado, deslocando o peso para a frente e alavancando o movimento do braço. Sua mão mantém-se firme em relação ao antebraço, com a palma apontada para trás. (4) O movimento de rotação termina após o impacto com o ajuste da posição dos pés para uma forma mais natural, (5) e o flogger segue em movimento horizontal ou para cima.
Momento (2) foto 2, momento (3) foto 3, momento (4) foto 4, momento (5) foto 5.


Figure 8: A figura de 8 é na verdade uma figura de infinito. É nada mais nada menos que a junção do forehand e do backhand.
A movimentação de pés, quadris e ombros é reduzida, visto que um movimento se inicia durante a última parte do anterior.
O trabalho muscular é mais equilibrado aqui, e cansa menos em uma sessão longa.
Além disso tem um certo charme.

Vou descrever esta parte com lados para facilitar a compreensão.
Sou destro, então começo da direita.


(1) Comece como um forehand normal, porém ao aproximar do alvo, não direcione a mão diretamente para baixo. Ao invés disso, leve para a lateral esquerda, cruzando o braço na sua frente. Depois, ao invés de baixar a mão normalmente, e voltar para o lado direito do corpo, (2) balance o flogger para cima e (3) cruze o braço de volta numa diagona descendente da esquerda para a direita. Você vai perceber que sua mão gira naturalmente para um backhand. Ao descer a mão na direita, não repouse o braço do lado do corpo, (4) mas gire-o para cima novamente e repita o 8.

No começo isso parecerá estranho, mas com o tempo e a prática, aprenderá a implicar a mesma força no forehand e no backhand.



Giro: O giro é uma das coisas divertidas de se fazer com um flogger devido às diferentes sensações e efeitos que pode causar.
Um giro bem feito pode parecer uma brisa, um rápido toque carinhoso ou uma chuva de agulhas.
A técnica é simples e consiste basicamente em segurar corretamente o flogger e em ter um bom giro de punho.
Segure o flogger e gire-o fazendo um movimento circular com o pescoço do mesmo.
Será mais fácil iniciar os giros e então aproximá-los do alvo. Provavelmente as tiras se enrolarão no cabo ou umas nas outras. No começo é normal e alguns floggers simplesmente não ajudam. Parece que alguns inclusive se recusam propositalmente a girar direito. O grande segredo para evitar que isso aconteça na maioria deles é não manter o punho travado, mas girá-lo junto para manter o cabo do flogger em movimento também.


Existem outras maneiras e outras técnicas, mas deixa de ser básico e não seria prudente expor aqui.
Mas outras técnicas incluem o uso de 2 floggers fazendo os Florentines de 4 e 6 passos, carrossel


Acredito que, por enquanto isso seja suficiente. Falamos mais de flogging lá na frente.

Grande abraço e até a próxima!




Todas as fotos foram retiradas da internet, exceto quando indicado na legenda.